quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Caixas de sapato.

Em São Paulo, numa capital africana, na minha cidade.
Dividindo o quarto, à noite, e faz calor. Olho pela janela, e a cidade não me parece tão perigosa quanto dizem ser. Uma moça não pode ser tão ameaçada só por ir àquela padaria ali, do outro lado da rua. Tudo é marasmo, e eu volto a tentar dormir. Os outros dormem. O calor, as moléculas agitadas, e um olhar da vizinha em frente me diz que está na hora de agir. Impulso... e eu me jogo. Procuro, acho, e me sirvo.

Depois, num IML, várias caixas de sapatos, milhares, empilhadas, corredores e mais corredores e em cima de cada tampa há um pé de sapato, provavelmente achado junto ao corpo do defunto que está pulverizado - não, talvez cremado; enfim, que é pó dentro das caixas de sapato. Eu saio e abraço o professor. Choro. "Então, você já pensou que um dia também vai estar numa caixa? Tudo vai se resumir a isto".

A reforma no apartamento está concluída e vamos festejar, mas com feijoada. Reclamo com a minha mãe: "pô, logo feijoada?", porque me traz más lembranças. Mas a festa vira o aniversário de "Beatriz", the haunting ghost from the past, com quem me identifico. Mas acabo desistindo da festa, porque não há muitos conhecidos, e volto pra casa. Os impulsos ainda impulsam, várias vezes. :)


xxx

O rapaz chega de viagem, é um belo homem, e diz ter andado pela Índia, Mongólia e outros países do oriente durante anos, mas jamais esqueceu a minha prima. Eu corro à casa dela (dos meus tios) pra contar a história, porque é incrivelmente romântico, mas ela já sabia e não liga muito. E depois (ou antes, não sei se faz diferença) aparece uma antiga patricinha com os cabelos tingidos de preto, curtos, militando, eu acho que virou lésbica.

xxx

E o pulso ainda pulsa...

Nenhum comentário: