terça-feira, 16 de setembro de 2008

Coisas do mundo, minha nêga

Num ônibus escolar em excursão, pra onde íamos? De onde vínhamos? As estradas tinham árvores, o céu era azul, e de repente passamos por índios que não se incomodam em ocupar o meio da rua com seus rituais; quando carros passam velozes, irritados, eles não mudam muito de lugar. Nosso ônibus também passa por eles e quase atropela um ou dois (seriam índios meio hare-krishnas?). Eu olho para trás e vejo um deles olhando pra mim com raiva, torço pra que não me faça um feitiço ou algo assim. E neste meio tempo acho um pé de tênis amarelo, cano alto, pergunto de quem é mas ninguém responde. Acho o outro pé debaixo da cama da minha mãe e resolvo esconder, pra ficar com o par pra mim, e minha mãe me apóia.
Depois, acompanhando Nara Leão no início de sua carreira. Achei que estaríamos em São Paulo mas não, ela vai nos guiando, falando de quando chegou à cidade e eu realmente começo a reconhecer a paisagem, é a Lagoa, é o Rio, e de repente me dá uma bruta vontade de chorar, mas me contenho e fico emocionada, só.
Por fim, nalgum lugar entre meu condomínio e uma praia, havia cadeiras, Iguinho, talvez meu irmão, e eu vendo crianças fofas, uma garotinha moreninha de olhos verdes que pego no colo e um menininho loirinho que me mostra seu álbum de fotos com os pais. Fico curiosa por saber como os pais são, e de alguma forma consigo espiar a vida deles no passado. Vejo o casal numa festa, a mulher é um pouco gorda e parece cansada; o homem é ainda bonito e presta atenção nas pernas de uma outra moça que está por ali, provocando-o, e sua mulher percebe, com irritação. Desaprova com a cabeça.
Depois, uma outra acaba tirando a roupa e ele corre para agarrá-la, o que me dá um susto.


xxx


(eu sei, mas não saio da casa de bonecas... não por muito tempo)

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